Quando eu penso em alegria, a primeira coisa que vem à minha mente é um momento feliz, de prazer. A Bíblia descreve dezenas de momentos em que o Senhor diz a seu povo para alegrar-se ao receberem uma benção ou livramento.
Mas, para contradizer o nosso “senso comum”, há alguns episódios da Bíblia quando as pessoas se alegraram embora elas estivessem passando por momentos difíceis.
Vejamos a história de Ana, mãe do profeta Samuel. No início da narrativa de 1 Samuel, ela era estéril e isso era um fardo para ela. Ela queria muito ter seus próprios filhos. Ela queria isso tanto que foi ao templo, conversou com o Senhor e prometeu-lhe que se ela tivesse um filho, ela o daria de volta a Ele.
Ela acaba sendo atendida, ela engravida e dá à luz a um menino.
No início do capítulo 2 de 1 Samuel, encontramos Ana louvando ao Senhor:
“O meu coração exulta no Senhor […] Ninguém há santo como o Senhor; não há outro fora de ti; não há rocha como a nosso Deus.”
Lendo estas palavras, você poderia imaginar que ela tinha acabado de descobrir que estava grávida ou talvez o menino tivesse acabado de nascer. Mas se você ler o trecho anterior, nos últimos versículos do capítulo 1, você verá que na verdade Ana havia acabado de entregar o menino ao sacerdote Eli para cumprir sua promessa para com Deus. Ela havia acabado de entregar seu filho e ainda foi capaz de se alegrar e louvar ao Senhor. Por quê? Como?
Encontramos uma “pista” em suas próprias palavras:
“Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz. Por isso eu também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao Senhor.” (1 Samuel 1:27-28)
Ela se alegrou ao entregá-lo porque Deus havia lhe abençoado e também porque a vida de seu filho seria dedicada ao Senhor. Ela não estava pensando em si mesma ou como ela iria sentir falta dele. Ela estava pensando em como seu filho se encaixaria no plano de Deus.
Se você olhar no Novo Testamento, você vai encontrar ainda mais referências a alegria ou regozijo durante momentos ou tempos difíceis. Vejamos alguns deles:
Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus (Atos 5:41)
“Agora me regozijo no meio dos meus sofrimentos por vós, e cumpro na minha carne o que resta das aflições de Cristo, por amor do seu corpo, que é a igreja.” – Citação de Paulo em Colossenses 1:24
“Na qual [a salvação] exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações” – Citação de Pedro em 1 Pedro 1:6
Para os autores do Novo Testamento, o sofrimento em nome de Cristo era um motivo legítimo para se alegrar. Na verdade, eles estavam fazendo o que Jesus havia lhes dito:
“Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.” (Mateus 5:11-12)
A verdadeira razão para alegria não é o nosso próprio momento temporário de prazer ou satisfação. É saber que Deus está conosco, somos parte do Seu plano e estamos seguindo a Sua vontade. É saber que as únicas coisas que importam são as eternas, e essas são as coisas que nos trazem a verdadeira alegria.
É por isso que nós podemos nos alegrar mesmo nos momentos difíceis. Porque sabemos que existe um plano maior em andamento, nós somos parte dele, o que quer que seja que estejamos passando é parte deste plano, e Deus está sempre no controle.
O que Deus quer de nós é uma mudança de foco: ao invés de nos concentrarmos em nossa própria situação presente, seja boa ou ruim, devemos concentrar-nos nEle e na sua vontade. Sempre!
Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos. (Filipenses 4:4)
A versão em inglês deste post foi publicada originalmente em inglês como parte do One Word at a Time Blog Carnival Time, cujo tema foi a palavra “rejoice” (regozijo), organizado por Peter Pollock.