Pois toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Gálatas 5:14)
Há algum tempo atrás, depois de uma auto-avaliação da minha vida cristã, eu percebi que eu tinha um grande problema: eu não era capaz de amar as pessoas como Deus queria que eu amasse. Não é que eu odiava as pessoas, mas eu era indiferente. Se você pensar sobre isso, a indiferença é o verdadeiro oposto do amor, não o ódio.
Se alguém que eu conhecia precisasse da minha ajuda, eu fazia o possível imediatamente. Mas se não fosse alguém “chegado”, eu ficava triste pela pessoa e até me oferecia para ajudar se fosse o caso, mas algum tempo mais tarde eu já tinha apagado qualquer preocupação da minha mente, sem perceber.
Mas o que fazer diante deste mandamento que Jesus nos deu:
Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. (Mateus 5:43-45)
Eu senti que eu não estava nem perto de amar da maneira que Jesus disse, então comecei a orar para que Ele me ajudasse a amar as pessoas.
No entanto, eu não esperava a resposta que eu recebi para a minha oração…
Por alguma razão, eu esperava que Ele mudasse a forma como eu me sinto sobre as pessoas, como se houvesse uma chave mágica dentro de mim chamada “amor”, que pudesse ser ligada e de repente eu me sentiria acolhedora e amorosa em relação às pessoas e então eu seria capaz de amar a todos como Jesus disse.
Eu sei que parece bobagem, mas quando penso nisso, era algo assim que eu estava esperando, uma transformação mágica. Bem, não é assim que as coisas funcionam, não é?
Uma das razões para a minha dificuldade em verdadeiramente amar as pessoas (não aquelas próximas de mim) é que eu sou muito racional. É como se eu tivesse que ter um motivo para amar alguém. Meu cérebro precisa processar a informação primeiro, e depois então “o resto” acompanha. Por isso, eu tenho sido capaz de amar minha família, amigos, etc, mas quando se trata de pessoas com as quais eu não tenho um relacionamento… bem, raramente fazia sentido para mim amá-las.
O surpreendente é que Deus usou a racionalidade para chegar a mim. Depois que eu comecei a orar sobre isso, me deparei com vários materiais de leitura sobre o amor divino. Deus falou comigo através de escritos de CS Lewis, Philip Yancey, Donald Miller, mesmo alguns sermões do meu pastor sobre como esse amor deve ser. Meu cérebro/minha razão precisava compreendê-lo.
Foi então que eu entendi que o amor ao qual Jesus se refere não é um sentimento. Quando Ele fala sobre o amor, ele está falando em ação.
Deus não ficou apenas enviando mensagens ou sentindo amor por nós. Ele agiu. Ele enviou seu próprio Filho para entregar sua vida para mostrar o quanto nos ama.
Eu então compreendi que Deus não queria apenas que eu sentisse algo por alguém, isso não afeta a vida das pessoas. Ele quer que eu aja como se eu as amasse, não importa o que eu sinta. E ao agir como se eu amasse, eu acabo de fato amando.
C. S. Lewis descreveu muito bem esse “fenômeno”:
Não perca tempo se preocupando se você “ama” seu vizinho; aja como se você amasse. Assim que nós começamos a fazer isso, nós descobrimos um dos grandes segredos. Quando você se comporta como se você amasse alguém, você acaba amando-o.
Então é isso que eu tenho tentado fazer.
E com isso eu tenho sido inundada por essa vontade de ajudar as pessoas. Eu nunca me senti assim antes. Creio que esse seja o primeiro fruto da minha mudança de atitude. É apenas um começo, ainda tenho um longo caminho pela frente. Mas eu sinto que estou indo na direção certa…
Afinal, Deus nunca teve um motivo para me amar, mas Ele o fez. Por que eu precisaria de um motivo para amar outra pessoa?
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