Quando lemos o Novo Testamento, vemos que o sofrimento era um tema comum. Nesses escritos, as pessoas eram incentivadas a lidar com o sofrimento de uma forma positiva.

Bíblia

Foto por: Chewy Hooey (Creative Commons)

Se você ler a primeira carta escrita pelo apóstolo Pedro, você vai ver que ele fala muito sobre isso. Eu já falei sobre esta carta anteriormente. Paulo também escreveu sobre como lidar com o sofrimento em várias de suas cartas.

Em uma ocasião, Paulo descreveu a situação que estava vivendo junto com outros cristãos:

Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo. (1 Coríntios 4:11-13)

Ele nos conta sobre as dificuldades que eles enfrentavam, e como eles agiam: com bondade. Para cada ato de injustiça que recebiam, eles respondiam com bondade. E note que em nenhum momento ele questiona Deus ou O culpa pelos sofrimentos e dificuldades que eles enfrentavam. Mas por que eles tinham uma forma tão positiva de pensar e agir, a despeito de seu sofrimento?

Na verdade, Paulo tinha uma visão diferente sobre o sofrimento do que temos hoje. Vamos verificar alguns trechos de outros escritos de Paulo sobre o sofrimento:

O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. (Romanos 8:16-18)

[…] pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno. (2 Coríntios 4:17-18)

[…] pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele, já que estão passando pelo mesmo combate que me viram enfrentar e agora ouvem que ainda enfrento. (Filipenses 1:29-30)

Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dentre os mortos. (Filipenses 3:10-11)

Paulo pensou em seus sofrimentos como uma maneira de compartilhar dos sofrimentos de Cristo, e ele considerou isso um privilégio. Ele também considerou que a partilha dos sofrimentos de Cristo era uma maneira de ser preparado para participar de Sua glória no céu.

Ele olhou para as promessas de Deus ao invés de olhar para sua situação difícil. Ele focou no que estava esperando por ele quando esta vida terminasse, quando ele iria receber a recompensa por tudo o que ele passou.

Para ele, isso era suficiente para justificar qualquer sofrimento. Na verdade, era mais do que suficiente.